segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

2012 terá decreto para investigar patrimônio dos policiais

José Mariano Beltrame fala sobre mais um ano na frente da SESEG


25/12/2011
Rio - José Mariano Beltrame começa, no dia 1º de janeiro, o seu sexto ano à frente da Secretaria de Segurança do Rio, um feito inédito na história da pasta que é considerada a bomba-relógio do governo. Sobreviveu a crises como a morte do menino João Hélio, em 2007, a morte de 18 homens pela polícia no Complexo do Alemão, aos seguidos casos de corrupção policial e até ao assassinato da juíza Patrícia Acioli.

Apesar dos problemas, transformou-se na ‘menina dos olhos’ do governo Sérgio Cabral ao implantar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e derrubar o império do tráfico no Alemão e na Rocinha. Mira agora as armas para a formação dos novos agentes. Quer mais lições de Direitos Humanos e Psicologia, e menos dedo no gatilho.

Aposta as fichas na reestruturação das corregedorias para apanhar policiais com aumento de patrimônio e segue com a pacificação da cidade. A bola da vez, diz o gaúcho num bom carioquês, é a Zona Norte. O caminho passa por Jacarezinho, Manguinhos e Complexo da Maré.

O DIA: Como foi 2011, secretário? Começou ruim e terminou bem, com a ocupação da Rocinha?
BELTRAME: “Eu sou muito cético em relação a conquistas, sempre penso que está melhor do que era, mas que o que vem pela frente é sempre mais importante”.

O DIA: A morte da juíza Patrícia Acioli marcou o ano?
BELTRAME: Todo crime contra a vida nos choca, nos deixa mal. Tentar silenciar a Justiça é algo inconcebível. Porém, a polícia elucidou isso.

O DIA: Foi o primeiro caso de um juiz morto no Rio.
BELTRAME: Que eu me recorde, sim. Trabalhei no Espírito Santo e lá já tivemos exemplos.

O DIA: No episódio, ficou alguma mágoa com o coronel Mário Sérgio, ex-comandante da PM?
BELTRAME: Não. Ele trouxe para si a responsabilidade de ter indicado o coronel Cláudio Oliveira (acusado de planejar a morte da juíza, quando era do 7º BPM, em São Gonçalo) para o 22º BPM (Maré). O Mário acreditava que controlaria esse coronel no 22º batalhão. Mário estava hospitalizado, mal falava, e disse: ‘Secretário, se eu tenho essa responsabilidade, eu tenho que ir embora. O seu projeto é maior que tudo’.

O DIA: Por que tantos casos de policiais envolvidos em crimes no Rio de Janeiro?
BELTRAME: Isso não é novo, não começou em 2007. E hoje se combate isso de maneira visível. A corrupção existe no País e no mundo, e eu pergunto: que instituição pública corta na própria carne mais do que a polícia?

O DIA: O caso de corrupção de policiais da UPP Fallet, em Santa Teresa, foi uma facada nas costas?
BELTRAME: Não. A UPP não vai resolver tudo. Ela é uma possibilidade. O desafiador é apresentar essa opção à sociedade’.

O DIA: O policial que entra hoje na instituição tem na mente dele a corrupção?
BELTRAME: Que garantia podemos dar? Esses policiais são filhos da sociedade carioca. A formação que vem de casa tem peso vitalício nisso.

O DIA: No caso dos policiais recém-formados, não é uma chance de acompanhar a evolução patrimonial e prevenir os desvios?
BELTRAME: Em primeiro lugar, não posso acompanhar o patrimônio do policial. Propus isso em 2007, a apresentação espontânea de patrimônio, e fomos rechaçados. Não basta só dar a informação do patrimônio, é necessário uma justificativa jurídica para isso. Em tese, não podemos acompanhar isso.

O DIA: Então, a secretaria tem que cruzar os braços?
BELTRAME: Estamos lançando, depois do caso do Fallet/Fogueteiro (‘mensalão’ pago pelo tráfico a policiais da UPP), um mecanismo juridicamente palatável. A PGE (Procuradoria Geral do Estado), a CGU (Corregedoria Geral Unificada) e corregedorias internas estão finalizando o decreto de averiguação preliminar, instrumento que vai nos permitir descobrir possíveis desvios. Teremos visão, em tese, da desproporção patrimonial de um policial. Queria fazer até o fim deste ano, mas a PGE está finalizando esse decreto, que o governador vai assinar.

O DIA: As corregedorias estão estruturadas?
BELTRAME: Após a Operação Guilhotina, criamos melhores estruturas para as corregedorias, CGU e subsecretaria de Inteligência. Maior efetivo, com melhores condições financeiras e técnicas. Queremos que as corregedorias antecipem o fato. Tirá-las da reação para a proatividade. A CGU e a Coimpol fazem isso.

O DIA: Mas a Corregedoria da PM, não.
BELTRAME: A PM não tem o monopólio da investigação, não é judiciária e não consegue quebra de sigilo telefônico, bancário, fiscal, a não ser em casos de Justiça Militar.

O DIA: A Corregedoria da PM ainda é burocrática...
BELTRAME: Sim, muito. É pouco investigativa, mas esse barco já saiu do porto, com os investimentos que fizemos em pessoal.

O DIA: O senhor pensa em melhorar a formação do policial?
BELTRAME: Formaremos 500 homens por mês até setembro de 2012. Temos uma máquina de formação. A partir de 1º de janeiro, e isso será uma revolução semelhante à das UPPs, o PM será formado com professores externos que ganharão R$ 65 por hora-aula, com nova grade curricular. Temos 10 mil profissionais de educação inscritos (a previsão inicial eram dois mil). Agora, isso não dará frutos a curto e médio prazo. E isso mostra que o trabalho não é do secretário, mas de governo, de gestão, e não pode recuar.

O DIA: Por falar em investigação, o senhor acha que a Delegacia de Homicídios comporta tanto trabalho?
BELTRAME: O projeto DH não está pronto. Queremos quatro grandes DHs. É o modelo de São Paulo. Mas não adianta ter uma assim funcionando na Barra da Tijuca, que não vai preservar o local (do crime) numa região distante. Procuramos terrenos em São Gonçalo e na Baixada para construir as novas sedes e teremos uma no Centro. O governador garantiu recursos.

O DIA: Com a UPP na Rocinha, fecha-se um cinturão de segurança na Zona Sul. E a Zona Norte?
BELTRAME: A Zona Norte é a bola da vez: Jacarezinho, Manguinhos, Maré...Vamos subir. Se olharem o mapa da cidade do Rio de Janeiro, desde o litoral, o movimento da UPP é saindo do mar em parábola para a esquerda, em direção à Zona Norte.

O DIA: Jacarezinho e Complexo da Maré vão precisar de UPPs, mesmo com a Cidade da Polícia e a sede do Bope, respectivamente?
BELTRAME: Vão, pois são áreas muito grandes. Para policiar uma área assim, só colocando os policiais lá dentro, não tem mágica, é simples ostensividade.

O DIA: E quando teremos UPPs em Niterói e na Baixada?
BELTRAME: Ainda vai demorar. Temos 92 municípios no estado e cerca de 16 milhões de pessoas. Desses, os municípios da Região Metropolitana concentram cerca de 11 milhões de moradores.

O DIA: A Polícia Federal faz operações e prende bicheiros. A Polícia Civil fez e não pegou. A operação vazou?
BELTRAME: Pode ter vazado. A operação envolveu 700 homens. O grande marco foi que a Polícia Civil fez a operação, fez prisões e denunciou essas pessoas, que hoje são foragidas.

O DIA: Outras ações estão previstas contra os chefes da contravenção?
BELTRAME: Temos investigações e vocês (jornalistas) verão. As polícias precisam mostrar que não têm ligação com isso. Agora, o jogo do bicho precisa de uma decisão: ou criminaliza ou libera. Como está, você prende as pessoas, elas respondem como crime de pequeno potencial ofensivo e voltam para a rua. Isso só serve para denegrir a imagem das instituições.

O DIA: Fica a impressão que a polícia foi corrompida, é isso?
BELTRAME: Já prendi gente do jogo do bicho, e, na delegacia, ele tinha 10 passagens pela polícia. Já fechei quatro vezes o mesmo lugar, eu prendi. Então, ou criminaliza ou o trabalho vai servir apenas para tirar policiais do serviço deles, e o criminoso não fica preso.

O DIA: O senhor é favorável à liberação do bicho?
BELTRAME: Sou favorável a definir o que a sociedade quer: criminalizar ou liberar. Essas opções precisam de salvaguardas para que efetivamente funcionem. Atualmente, com a legislação atual, a população acha que a polícia não prende, mas na semana passada prendeu 300 e estão soltos.

O DIA: O senhor vai contar sua história à frente da secretaria no futuro?
BELTRAME: Quando sair, farei dois livros; um está a caminho.

O DIA: São cinco anos de gestão em 1º de janeiro...
BELTRAME: Está muito longe.

O DIA: Longe? Falta apenas uma semana.
BELTRAME: Aqui, cada dia é um dia.

FONTE: ODIA

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Motivação.

Olá caros colegas!!!
Quero compartilhar este vídeo motivacional com vocês, pois acho que diante de tantas lutas que passamos para podermos alcançar nossos objetivos, não há nada mais importante 
que a motivação, pois sem ela é bem difícil prosseguir na caminhada.
Essa música (tema da vitória), é a que mais faz diferença na minha vida, é aquela em que quando estou fraco e desanimado nos estudos, ela  me faz refletir em todos os momentos já passados, e me dá ânimo para poder prosseguir com meus objetivos.
Um abração a todos.

Aos futuros policiais

 Aquele que opta por seguir a carreira policial deveria receber, antes de ser admitido na Força Pública, uma cartilha esclarecendo a realidade da profissão, as obrigações, as responsabilidades e os pouquíssimos direitos que irá ter logo após constatar que seu nome está dentre os aprovados em concurso público para o espinhoso cargo. Estes esclarecimentos poderiam ser fornecidos ao aluno nas Academias de Polícia, desta forma dando-lhe a oportunidade de desistir antes de prestar o juramento.

Estar garbosamente de pé na frente de todos, da família, dos amigos, depois de meses nas salas de aula, esticar o braço direito e dizer cerimoniosamente: "Juro, pela minha honra, trilhar todos os passos de minha trajetória funcional com dignidade, honrando a Instituição policial: exercerei com desassombro e probidade a defesa social do direito, da ordem e da lei, dando a minha vida, se preciso for, no cumprimento do dever”, além de ser uma formalidade muito bonita é também muito fácil. O problema é estar consciente da dificuldade em cumprir o compromisso e agir desta forma o resto da vida.

Será que algum jovem, quando resolve ser policial, tem noção de que está prestes a deixar de ser ele próprio para tornar-se o instrumento de proteção da sociedade? Faz idéia de que a profissão de policial é um sacerdócio no qual irá sacrificar sua vida pessoal, o acompanhamento do crescimento de seus filhos, as festas em família e terá muito mais dissabores e mágoas do que momentos felizes? Será que alguém, em sã consciência, daria preferência a arriscar diariamente sua vida, a ficar noites acordado ouvindo e resolvendo problemas dos outros, molhado de chuva, com frio ou em um ambiente quente e malcheiroso? E o pior, ganhando um salário muito aquém do merecido enquanto as pessoas que deveriam agradecer-lhe pelo desprendimento o condenam: “ganha muito, não faz nada, é tudo vagabundo!”

Imagine então se o aspirante a policial soubesse, antecipadamente, que não adianta ser extremamente honesto, cortês, justo ou educado. Pelo simples fato de ser policial, da noite para o dia, será visto como ladrão, grosso, covarde e estúpido. Nenhum pai vai querer tê-lo para genro e se for mulher, a maioria não quer ter uma policial como filha. Quando perceber que a maioria das pessoas que se acercam dele o fazem por interesse, para conseguir alguma benesse, na maioria agindo contrariamente a lei e buscando tão somente “proteção” gratuita, já será tarde, já foi nomeado, já estará na ativa.

O policial deve ter sempre em mente que estar na polícia é ter direito a andar armado, dirigir em alta velocidade, avançar sinal tocando sirene, parar em local proibido, porém estar na polícia não é o mesmo que ser policial. O policial se obriga a agir dentre alguns parâmetros não exigidos para os demais seres comuns, a ser consciente de que cada ato seu reflete a imagem de toda a instituição.

Precisa estar ciente que parte de seus “irmãos em armas” parecem, mas não são policiais. Estão na Força Pública para se locupletarem, roubar, matar, prevaricar e protegerem-se atrás do distintivo, fazendo dos bons escudo, baluarte, dividindo com os honestos as críticas por seus atos corruptos.

O policial de verdade deve perceber que não existe diferença entre o bandido comum e o bandido “policial”, e que ambos devem ser combatidos. Porem o bandido policial é mais difícil de vencer – ele é covarde, possui o respaldo de toda a instituição que erroneamente lhe dispensa “o espírito de corpo”, mesmo traindo os dogmas do ofício de policial. Certo estava o marginal Lucio Flávio que, não obstante ser delinqüente sabia perfeitamente seu lugar quando declarou: “bandido é bandido, polícia é polícia”. Como a água e o azeite, não se misturam.

O distintivo, bonito ou não, de ferro ou de lata, pesa tanto quanto o coração do policial que o recebeu. É o símbolo da confiança que a sociedade depositou em um membro pertencente a ela própria. Como se fosse um casamento, de um lado o cidadão, de outro o policial – pra sempre, até a eternidade. Um policial jamais abandona aqueles que se propôs a defender, quando o faz, é porque deixou de ser policial – podendo até continuar com o titulo, mas restou um capacho velho, digno do lixo.

Ser policial não é estar nomeado, trazendo no bolso uma carteira, um emblema, a arma e algema. Ser policial não é ter definida uma função, exercer determinado cargo, estar na ativa. Ser policial é um estado de espírito, é um fogo imortal que aquece a alma e enternece o espírito. É dar a vida pelo próximo sem se dar conta de que está indo para a morte, é chorar ao resgatar uma criança em perigo, é se controlar para não cometer crime quando prende um estuprador. Ser policial é largar tudo quando um colega pede ajuda, “virar noite” e “dobrar serviço” para prender um autor de crime, é suportar a frustração do caso não resolvido.

Ser policial é sofrer a se ver obrigado prender um colega, mas também é não prevaricar quando foi este que optou “passar para o outro lado”, quando deixou de ser policial e tornou-se bandido, quando desonrou o compromisso e descumpriu o juramento, quando traiu a própria classe.

Assim, da próxima vez que tiver o impulso de falar mal dos policiais em geral, ao ler uma noticia dando conta da existência de criminosos na corporação, considere: quantos bons, honestos e honrados estão trabalhando arduamente para que você, gratuitamente, os atinja como um todo, jogando-os na mesma vala negra daqueles poucos que não souberam ser policiais de verdade!

Texto escrito por Paulo Magalhães, que é delegado de policia aposentado e presidente da Brasil Verdade, ONG do MT

Ser Policial

Ser policial é abraçar uma das mais difíceis profissões do mundo, tendo em vista os procedimentos de alto risco e as inesperadas situações emergenciais, que exigem do policial um desempenho rápido, correto, preciso, fundamentado na lei e em absoluto bom senso.
Errar, ainda que possível, não se é admissível. A sociedade exige que este ser policial, vindo da mesma sociedade falível, mantenha-se perfeito em suas ações como se viesse de outro mundo. E porque não se pode errar? Porque representa para o ser policial a fuga do juramento feito e de pilares que norteiam um bom policial: a defesa da lei, dos direitos humanos e da devoção à profissão mesmo com o risco da própria vida!
Ser policial, portanto, é estar diante de situações antagônicas e ao mesmo tempo complementares: é o enfrentamento da violência em defesa do cidadão. É a abordagem ao indivíduo suspeito com o fim de prevenir novos delitos. É a satisfação de prender quem acabou de cometer um crime.
O maior orgulho e a melhor recompensa para o ser policial, é aliar as atividades do dia-a-dia com o servir ao próximo. Afinal, exerce esta árdua profissão em defesa do outrem e não para sua própria defesa. E aí reside o ponto alto de ser policial: a possibilidade experimentada por poucos de assumir o papel de guardião da sociedade!
Vivem-se dias difíceis com os problemas enfrentados no mundo moderno na área de segurança pública. Naquilo que compete a este ser ele está buscando, dia-a-dia, a melhoria dos seus serviços em prol de uma sociedade mais segura. Mas querem mais deste ser. Responsabilizam-no por todos os problemas de insegurança pública, desconsideram os outros atores sociais presentes na sociedade. Exige-se que ele resolva as complexas questões desta área como um super herói, um super ser policial.
Como em toda profissão, há aqueles que desviam suas condutas. Mas as instituições policiais são compostas em sua maioria, por seres imensamente devotados à causa maior de servir e proteger o cidadão. Se errarem é porque infelizmente não são Seres policiais, são humanos!